Afundei-me.
A força do meu corpo abandonou-me.
Agarro na pouca energia que ainda tenho e estico os braços freneticamente à espera de sentir uma mão segura a agarrar a minha, a puxar-me com força e levantar-me.
Tento gritar, a voz sussurra.
Agarro-me e empurro-me, desorientada.
Não consigo ver nada diante de mim. Alucino e imagino a tua silhueta a aproximar-se, estou delirante.
A minha expressão física está quase vazia.
A Separação quer acontecer.
sábado, 23 de junho de 2007
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Sede de Amor!
Que Ele me agarre, me toque, me envolva e proteja, que nunca me troque, que nunca me abandone.
Encontra-me depressa, estou a apagar...
Todos os dias me verto um pouco, enquanto chamo e espero por ti. Por Ti.
Encontra-me depressa, por mim.
Encontra-me depressa, estou a apagar...
Todos os dias me verto um pouco, enquanto chamo e espero por ti. Por Ti.
Encontra-me depressa, por mim.
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Esboço
A comunicação é crucial. Falta aqui um complemento? Em tudo.
O acto de comunicar é muito poderoso. Escolher as palavras, a altura, o local, o modo, o meio, as expressões e sermos bem sucedidos em todas estas escolhas diria eu que é, em certas ocasiões, de génio. Estou a ser muito vaga. Pretendo por agora espelhar tudo isto nas comunicações entre duas pessoas apenas. Duas pessoas que deveriam - em nome de tempos passados e fugazes mas que perduram no ser de alguém - estar próximas, mas que se afastam cada vez mais, e mais, e mais, como diz a música.
Estou neste momento a lutar sem estratégia, sem razão, sem plano, sem nexo, para que não tenhamos que nos afastar a um ponto que venha a ser irreversível - embora não tenha a certeza se acredito nesta palavra. Acredito contudo que um ser sozinho não tem capacidade para evitar uma ruptura desta natureza.
Isto não tem o mais pequeno sentido quando luto ao mesmo tempo para me afastar de ti, mas esse é um outro texto.
Retomando a minha ideia original, o que pretendo transmitir é que é muito mais complicado conseguir-se comunicar e expôr exactamente o que se pretende do que aquilo que, pelo menos eu, cheguei a imaginar. Julgo que a história de cada um de nós é o que mais interfere neste processo. Aquilo que dizemos do modo que o fazemos diz muito do que somos. É isto que complica: é muito difícil conseguirmos conhecer a história de alguém o suficiente para prevermos o que as nossas palavras vão suscitar dentro de outra pessoa.
Provavelmente não me estou a expressar do modo mais correcto; o que pretendo transmitir é um pouco o que se descobre no livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, quando percebemos que (espero mesmo não estar em erro ao mencionar os nomes das personagens e com esse erro espezinhar o esforço em apresentar o raciocínio) Franz tenta aproximar-se de Sabina, interessando-se e querendo envolver-se no passado desta através de uma reunião que supostamente reflecte um pouco do que ela é; uma reunião que ele julga aproximá-lo das raízes de Sabina, sem sonhar que a mesma reunião a repugna. Este evento, que Franz pretende ser algo que o aproxime, afasta-o completamente por não imaginar o que provoca nela, para onde a remete e o que a faz sentir.
Se não houver em nós a capacidade de abrir o que somos, o que pensamos, o que sentimos, sobre os mais variados temas, nunca nos vamos sentir compreendidos por outrem a longo prazo, porque aquilo que tentamos dizer pode ser interpretado de uma maneira completamente distorcida daquilo que pretendemos e, para que isso aconteça, basta que escolhamos um sinónimo em vez de outro.
O acto de comunicar é muito poderoso. Escolher as palavras, a altura, o local, o modo, o meio, as expressões e sermos bem sucedidos em todas estas escolhas diria eu que é, em certas ocasiões, de génio. Estou a ser muito vaga. Pretendo por agora espelhar tudo isto nas comunicações entre duas pessoas apenas. Duas pessoas que deveriam - em nome de tempos passados e fugazes mas que perduram no ser de alguém - estar próximas, mas que se afastam cada vez mais, e mais, e mais, como diz a música.
Estou neste momento a lutar sem estratégia, sem razão, sem plano, sem nexo, para que não tenhamos que nos afastar a um ponto que venha a ser irreversível - embora não tenha a certeza se acredito nesta palavra. Acredito contudo que um ser sozinho não tem capacidade para evitar uma ruptura desta natureza.
Isto não tem o mais pequeno sentido quando luto ao mesmo tempo para me afastar de ti, mas esse é um outro texto.
Retomando a minha ideia original, o que pretendo transmitir é que é muito mais complicado conseguir-se comunicar e expôr exactamente o que se pretende do que aquilo que, pelo menos eu, cheguei a imaginar. Julgo que a história de cada um de nós é o que mais interfere neste processo. Aquilo que dizemos do modo que o fazemos diz muito do que somos. É isto que complica: é muito difícil conseguirmos conhecer a história de alguém o suficiente para prevermos o que as nossas palavras vão suscitar dentro de outra pessoa.
Provavelmente não me estou a expressar do modo mais correcto; o que pretendo transmitir é um pouco o que se descobre no livro A Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, quando percebemos que (espero mesmo não estar em erro ao mencionar os nomes das personagens e com esse erro espezinhar o esforço em apresentar o raciocínio) Franz tenta aproximar-se de Sabina, interessando-se e querendo envolver-se no passado desta através de uma reunião que supostamente reflecte um pouco do que ela é; uma reunião que ele julga aproximá-lo das raízes de Sabina, sem sonhar que a mesma reunião a repugna. Este evento, que Franz pretende ser algo que o aproxime, afasta-o completamente por não imaginar o que provoca nela, para onde a remete e o que a faz sentir.
Se não houver em nós a capacidade de abrir o que somos, o que pensamos, o que sentimos, sobre os mais variados temas, nunca nos vamos sentir compreendidos por outrem a longo prazo, porque aquilo que tentamos dizer pode ser interpretado de uma maneira completamente distorcida daquilo que pretendemos e, para que isso aconteça, basta que escolhamos um sinónimo em vez de outro.
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