terça-feira, 21 de outubro de 2008

A chuva entoa o cântico...

A chuva entoa o cântico que escorre e ecoa na minha mente. O meu corpo já o sabe de cor. Deixo que vibre na minha carne, se entranhe nos meus sentidos. Deixo que tome conta dos meus músculos e me faça dançar freneticamente até que, exausto, se evapore pelos meus poros.

Essas gotas de sangue, os meus olhos fecham-se para as receber.
Essas gotas de mel, os meus lábios abrem-se para te saborear.
Chuva ácida no meu peito ardente.

Vem, preenche-me.
Dá-me vida e abandona-me.

Só não te atrevas a tocar na minha Alma. Essa é Pura.
A Ela não te permito. Encarnação de Mentira e Ilusão.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"Vício de ti"

Tenho o teu cheiro na minha respiração. Viciei-me no que me provocas. Às vezes entranhas-te em mim, bombeias-me o sangue. Apareces devagar, penetras-me a mente. Sonho-te acordada, sinto-te a dormir. Quero mais uma dose!

Não sei que elo me uniu a ti, mas faz-me querer mais. Vou calá-lo, não me vou envolver no teu perigo. Sei com o que jogo, contra o que jogo, e sei que vou perder. Escolho ficar com o que poderia ter sido.

Aquela lágrima intrigou-me. Não percebi o que a fez escorrer. Talvez seja melhor não saber.

O teu mundo

Às vezes parece que tudo para ti é um jogo. De conquista, de luta, de sobrevivência.

Na vida há muito mais que isso. Podes ter, experimentar, dar e receber muito mais que isso. Gostava que um dia experimentasses.

O único entrave na tua vida és tu mesmo. Parece-me que tens medo de sair do mundo em que te deixaste envolver e fechar, porque fizeste disso o teu território. Por mais obscuro e tóxico que possa ser, já só aí dentro te sentes protegido, porque é isso que conheces melhor. Imagino pelo homem que és que fiques relutante e seja difícil permitires-te arriscar a sair cá para fora, para terrenos desconhecidos. Mas do sítio onde estás agora, o que é que tens realmente a perder? Se um dia arriscares, sabes que tens onde te apoiar. Sei que não sou a única a conseguir ver para além de ti.

És um miúdo grande, já te tinha dito. Há tanto para além dele. Está aí, às vezes sinto-o. Tu não?

Gostava muito de um dia ver-te Crescer.

domingo, 24 de agosto de 2008

Wondering

I wonder...
when will this leave me
when will I love again, someone else, who will give me all the love I deserve, want and choose back
when will hapiness embrace me again
when will I fly in the arms of a loving angel

when will I feel free again

when will I truly come back ?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Música do chão

Volto aqui porque o ímpeto surgiu, no preciso momento em que mergulhei na memória e de repente nos vi a saltar e fazer música no chão. Sem abrir a boca, sem nem sequer nos olharmos. Passámos, saltámos, e as notas surgiram no mesmo instante, do chão as tuas e as minhas soltaram-se nossas. Só depois nos olhámos com sorrisos rasgados e notas de uma doce surpresa, familiar, como quando descobrimos mais uma vez que estamos sintonizados na mesma frequência, e parece mesmo que somos como um só ser dividido e extendido em dois. Era em momentos assim que sentia a Felicidade abraçar-me com força, até se fundir comigo.
"Sou maior que a Vida!", expiravam os meus poros.

Seguimos caminho e fomos beber chá.