quinta-feira, 17 de maio de 2007

O teu abraço

Sento-me numa esplanada a apanhar sol, com o rio em frente. Olho as cores de fim de tarde no céu e tu preenches-me.

Assim.

Em algum momento no tempo vislumbraste a minha Alma e ela quis que nunca mais te afastasses daquilo que eu sou.

Uma qualquer recordação de nós, de ti, que por algum motivo ficou vividamente registada na minha memória assola-me. Imaginação?

Às vezes os momentos vividos e aqueles que eu quero viver misturam-se na minha mente. Não me preocupo com isso. Deixo-me apenas levar para onde quer que a força da tua ausência quer que eu esteja naquele momento e, por breves momentos, estas minhas fantasias e divagações são tudo o que preciso e a única coisa que me consegue trazer uma lembrança da Felicidade com que o meu Amor por ti já me abençoou.

Seja recordação ou imaginação, naquele momento eu estou num sítio em que só eu te tenho, em que estás ali só para mim como eu só para ti e nós os dois para este inqualificável Amor.
E porque esta sensação de que estamos juntos e unidos para além do espaço e do tempo é efémere, eu olho para o lado já acordada e distante deste mundo só meu. Tu não estás, de novo.

A realidade fria da falta que me fazes preenche-me, penetra-me, completa todos os espaços do meu ser ao mesmo tempo que me deixa vazia e preparada para voltar a receber a maior amiga, a mais fiel, aquela que me acompanha para onde quer que eu vá, faça eu o que estiver a fazer, aterrorizantemente presente: a teimosa, persistente, irritante, permanente... dor.

O sol foi-se escondendo devagarinho.

Está frio...

dá-me o teu abraço.

[Quinta-feira, 13 de Dezembro de 2006]

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