quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ouve, meu Amor

Às vezes sinto-me muito ignorante ao pé de ti. És típico do nosso signo, sabes sempre pelo menos um pouco acerca de muitos e variados assuntos que algumas vezes desconheço por completo. No entanto pareces saber talvez menos que o necessário sobre ti e é quando me deparo com essa percepção que me sinto um pouco ‘maior’. Em algumas ocasiões parece que te leio melhor que tu.

Esqueceste o básico, meu Amor. Aquelas frases feitas e aqueles lugares comuns que ditam as maiores e mais simples verdades sobre nós. Desfilam repetida e quase constantemente à frente do espelho das nossas Almas mesmo que nunca o tenhamos procurado. Crescemos e vivemos com essas afirmações absolutas bailando pelas nossas vidas, vendidas ao desbarato e talvez seja essa oferta abundante a causa da sua desvalorização. Faz sentido, não? O escasso só por isso é tão mais desejável.

Mas ouve, meu Amor, vê, sente, deixa que se entranhe, deixa que te guie, não tenhas medo nem relutância nem pudor. Por favor. Abre os olhos, os sentidos, o coração, a Alma e, por favor, deixa-te ser Feliz.

Revive os contos, as fábulas, as morais das histórias, as canções, os desenhos animados, os livros, os filmes, as músicas, as frases, talvez palavras, os pensamentos e o que mais tenha deixado pequenas marcas em ti. Não precisas recordar tudo, basta que te deixes sentir de novo as sensações de outrora que ficaram. Aquelas primeiras certezas que te firmaram o carácter, quando sentiste descobrir as primeiras verdades absolutas sobre a fórmula desta vida. Tão simples, certas, vulgares mas sublimes como um nascer do Sol a que nos deixamos habituar e tristemente esquecer.

Recorda, meu Amor, mas não te limites a recordar. VIVE, por favor.

[Quinta-feira, 15 de Março de 2007]

Sem comentários: