terça-feira, 22 de maio de 2007

Olha-me de novo a gritar!

Só para ouvir o meu eco.

Falo ao vento, também ele não tem ouvidos.
Também ele me deixa entoar sentimentos, preces, súplicas. Só para me olhar distante, enquanto atiro palavras e sons à beira do precipício, desviando das rochas o olhar por não querer ver o frio gélido.
Concentro-me com esforço no azul-mar límpido, procurando o que nele quero que se esconda, semicerrando os olhos, abrindo e fechando os sentidos, querendo enfrentar e fugir da verdade que quero assumida, da verdade que não quero saber.

Só tu podes saber.

Também o vento me obriga a senti-lo, sem que também ele me sinta.

Sem comentários: